Robalos e companhia

Abril 15 2014

Na sua essência o Surfcasting tem como objectivo a pesca em praia em situações de mar revolto. O "surf casting", lançamento na rebentação, necessita de praias recortadas caracterizadas por uma grande inconstância do seu perfil e grande frequência de mar batido. É nestas condições que alguns dos peixes, nomeadamente os robalos procuram alimento.

Com uma boa ondulação, as águas são bem oxigenadas e o fundo da praia é revolvida o suficiente para por os peixes a procurar comida. Para este tipo de pesca não basta ter uma boa técnica e bom material; embora sejam indispensáveis, é bem mais importante a prática, a observação do mar e a acumulação de experiências.

Um pescador de praia para obter bons resultados, tem uma boa cana de carbono, um carreto com boa saída de fio, utiliza linhas apropriadas para a bobine e consegue colocar a chumbada longe da praia.

 

A escolha do pesqueiro

Vista de cima, uma praia não é totalmente rectilínea, possui verdadeiros pontões de areia que entram pelo mar, contrastando com reentrâncias mais ou menos fundas, designadas por "curveiros".

A observação destes locais é indispensável à nossa decisão. Antes de montarmos o nosso equipamento de pesca e o pormos a pescar, devemos observar a praia à nossa volta durante algum tempo. Se o mar tiver uma ondulação forte, mais ou menos 2 metros e a corrente for significativa (detectamos a corrente pela velocidade da deslocação da espuma provocada pelas ondas e pelo ângulo formado entre a praia e a ondulação), devemos procurar um "curveiro" (canal) com boa comunicação com águas mais profundas e onde a corrente seja na direcção perpendicular à linha de costa, normalmente o centro do pesqueiro.

Se a ondulação for fraca devemos ter muita atenção à direcção da corrente, mais difícil de detectar mas mais importante na nossa decisão. A pesca deve então realizar-se, não no centro do "curveiro" mas nas suas vertentes interiores. Devemos sempre procurar um pesqueiro onde haja alguma agitação de águas e onde se acumulem os detritos transportados pela corrente.

 

Quando o mar é muito calmo e a ondulação muito fraca, a pesca torna-se muito difícil e a procura de um bom local de pesca mais exaustiva. O peixe aproxima-se da praia só perto da praia-mar e são necessários lançamentos muito longos (normalmente obtêm-se melhores resultados na pesca nocturna).

Outro pesqueiro a considerar são as línguas de areia paralelas à linha de costa. Normalmente estas "coroas" de areia provocam a rebentação da ondulação. Por detrás da rebentação poderemos, com êxito quase certo, procurar as nossas presas, ainda um tipo de pesqueiros muito interessantes, são aqueles onde afloram formações rochosas cobertas de bancos de mexilhões. As douradas "adoram" estes locais, o importante é sabermos se as rochas não estiveram cobertas de areia até há pouco tempo e por isso sem "vida" a recobri-las. A instabilidade das areias na praia tornam a busca de locais de pesca uma constante que o pescador atento não despreza. Basta mudar a direcção do vento e todas as condições se alteram.

 

Falta ainda falarmos da maré. De facto à medida que a maré vai subindo ou descendo as condições alteram-se e com elas o local de pesca. Quando o mar é muito agitado devemos procurar pescar na baixa-mar e nos canais fundos onde se encontram as correntes. Quando o mar é calmo a pesca deve realizar-se mais perto do praia-mar e quase sempre no surribo da coroa de areia.

 

Material Necessário

Cana: - Dimensões: entre os 2.10 e os 5 metros

- Acção: 100-200 , Max 250 g

- De duas ou 3 partes, telescópica (mais frágil)...

 

Carreto: Robusto, que aguente a corrosão da água salgada, com drag frontal, deverá levar 250 metros de linha 0.35, que possua uma bobine com um bom enrolamento e com uma boa saída de fio.

 

Linha do carreto: 0.35 de boa qualidade com uma ponta de 0.45 no máximo. Em alternativa pode usar uma linha multifilamento, mais fina e mais resistente, ideal para lançamentos mais longos.

 

Anzóis: Desde o nº 4 e o 3/0 até medidas mais pequenas, deverão possuir um bico afiado, podendo ser de patilha ou de argola

 

Linha para empate e madres: Desde o 0.30 até ao 0.45 (Deverá ser uma linha macia, resistente, de preferência com pouca memória).

 

Acessórios para montagens: missangas de diâmetro do olhal do

destorcedores, destorcedores simples, destorcedores com clip para

chumbada, peça de engate de montagem.

 

Chumbadas: Tipo pirâmide quadrangular (quando há corrente)– 120,150,170,200 g 

Tipo foguetão – 100,120,140,160 g

 

Acessórios: Navalha

Elástico de amarrar isca (opcional)

Agulha de iscar (opcional)

Starlights + fita transparente (pesca nocturna).

 

Montagem

Dois princípios muito utilizados são:

 

mar batido - estralhos pequenos

mar caído  - estralhos grandes.

Com mares caídos quanto mais fina a montagem melhor. A montagem deve sempre ter os estralhos impecáveis sem nós a meio, sem estarem enrolados porque assim é que o peixe lhes pega, o aumento do diâmetro dos fios é importante quando o mar enrolar os fios.

 

Uma das montagens mais comuns para surfcasting:

 

 

Lançamentos (Arremessos)

Os lançamentos no surfcasting revestem-se de especial importância, podem-se dividir em  quatro categorias

 

Lançamentos por cima 

É um lançamento de precisão, se bem que com uma boa pratica se podem alcançar lançamentos superiores a 80 metros. Deve-se posicionar com uma ligeira flexão de pernas, com uma delas adiantada, coloca-se uma mão junto ao carreto e a outra criando o maior angulo possível entre ambos os braços. Passa-se a cana de pesca por cima da cabeça e unicamente com o movimento dos braços lança-se. Depois de dominada esta técnica, pode-se dar uns passos atrás da linha de lançamento permitindo obter mais alguns metros. 

Técnica de Lançamento Surfcasting

 

Lançamento lateral

Este tipo de  lançamento é o mais utilizado pelos pescadores de surfcasting, a posição é idêntica ao lançamento por cima no entanto o lançamento é executado com o balanço de todo o corpo e não unicamente pelos braços. Passa-se a cana por cima da cabeça e girando todo o corpo posicionando-o na mesma posição da cana. Ao efectuar-se o lançamento gira-se o corpo para a posição frontal impulsionando o lançamento com a perna de apoio. Pode-se igualmente tomar um ligeiro balanço e aumentar a distância em que o isco vai cair. 

Lançamento lateral em surfcasting

  

Lançamento pendular

As posições adoptadas são idênticas ás anteriores, no entanto, o peso do lançamento é usado como catapulta. Este tipo de lançamento exige uam ténica apurada, de outro modo o lançamento cairá sempre longe de onde pretendemos.

 

Lançamento a partir do solo

Neste tipo de lançamento o corpo fica numa posição idêntica ao lançamento lateral, a única diferença consiste no facto dos estralhos e pesos se encontrarem no solo.

Lançamento surfcasting a partir do solo

 

Nenhum destes tipos de lançamento se podem considerar melhores ou piores, cada um deles adapta-se particularmente a cada pessoa e ao seu gosto pessoal.

Que tipo de cana(vara) usar ?

 

Embora o critério possa variar em função até do gosto pessoal, pode-se definir que a sua dimensão deverá ser adequada á distância que se pretende lançar. Podemos definir 3 zonas e em função da distância utilizar a que mais se adeque.

Distância até 40 metros: Cana de 2,10 a 2,75m (9 a 11 pés), de ação rápida, leves e sensíveis.         

Distancia de 40 a 80 metros: 2,75 a 3,30m(9 a 11 pés), ação rápida, casting entre 80 e 110gr, resistente o mais leve possível

Distancia mais de 80 metros: 3,30 a 5,00 (11 a 16,5 pés), ação rápida e ultra-rápida, resistentes e fortes, casting entre 100 e 250 gr.

 

publicado por Brito Ribeiro às 13:42

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