Robalos e companhia

Fevereiro 23 2015

 

publicado por Brito Ribeiro às 20:13

Fevereiro 22 2015

 

publicado por Brito Ribeiro às 11:13

Fevereiro 16 2015

 

 

publicado por Brito Ribeiro às 11:37

Fevereiro 14 2015

Esta é uma questão importante para todos os que praticam Spinning de mar com amostras artificiais. Todos já a formularam mais do que uma vez, mas só alguns estarão mais aptos a compreendê-la. É nosso propósito contribuir um pouco para que essa compreensão seja eventualmente mais generalizada.

espectro_eletromagnetico_1.jpgOs robalos usam os seus olhos, grandes, laterais e sem pálpebras, provavelmente apenas capazes de focar com precisão objectos próximos mas que percebendo facilmente movimentos distantes, incluindo acima da superfície da água. Tem ouvidos internos com três canais semicirculares dispostos perpendicularmente uns aos outros (funcionando como um órgão de equilíbrio, portanto, tal como em todos os vertebrados superiores), permitem-lhe uma audição apurada. As narinas localizadas na parte dorsal do focinho, comunicam com uma cavidade coberta de células sensíveis a moléculas dissolvidas na água. A sua linha lateral, localizada longitudinalmente ao longo do flanco do animal, e composta por uma fileira de pequenos poros, em comunicação com um canal abaixo das escamas, onde se encontram mecanorreceptores permite-lhes detectar pequenos movimentos e vibrações, utilizados na detecção das suas pesas e também para evitar os seus inimigos.

Em resumo, são animais perfeitamente preparados, astutos e oportunistas predadores.

O robalo utiliza assim todos estes sentidos em seu próprio benefício. Outro aspecto também muito importante, a água contém também todos os componentes químicos originais que os peixes usam para identificar outros membros da sua espécie, por exemplo, a capacidade para reconhecer os seus ciclos vitais, tais como a reprodução, encontrarem o seu alimento, detectarem os seus predadores e para outras funções.


A importância da cor

Na água, muitas das características da luz que incide na amostra, mudam rapidamente, com o seu movimento.

A primeira consideração que teremos de fazer é que quase sempre a cor e as características da amostra são completamente diferentes no ar e na água, e nós às vezes esquecemo-nos deste pormenor quando vamos comprar as nossas amostras.

Resumidamente e sem grandes considerações, podemos dizer que a luz que os seres humanos veem é somente uma pequena porção da luz total, por efeito da radiação electromagnética que recebemos do sol.

SAM_0688.JPGO que conseguimos ver, chamamos o espectro visível. As cores dentro do espectro visível são determinadas por comprimentos de onda: os comprimentos de onda mais longos são vermelhos e laranjas; comprimentos de onda mais curtos são o verde, azul e violeta.

Muitos peixes, contudo podem ver cores que nós não conseguimos ver, por exemplo os ultravioletas.

Quando a luz entra na água, a sua intensidade diminui rapidamente e ocorrem mudanças na cor. Esta mudança é chamada atenuação da cor. A cor aparece como que lavada e perde nitidez. A atenuação da luz é o resultado de dois processos: dispersão e absorção. A dispersão da luz é causada por partículas ou por outros objectos pequenos em suspensão na água - a uma quantidade maior de partículas resulta uma maior dispersão. A dispersão da luz na água é de alguma maneira similar ao efeito do fumo ou às nuvens na atmosfera. As águas litorais têm normalmente mais partículas e matéria em suspensão devido aos rios e à poluição. Com o incremento desta matéria, lodos, etc. existe também a presença de pequenas algas microscópicas e de plâncton em suspensão, o que faz com que a luz penetre a uma profundidade naturalmente muito menor.

espectro_e_profundidade.jpgA absorção da luz é causada por diversos factores. A luz transforma-se em calor ou é usada em reacções químicas como a fotossíntese por exemplo. Mas, sem dúvida o que devemos reter é a enorme influência da água na absorção da luz. A quantidade absorvida é diferente para diferentes comprimentos de onda; ou seja diferentes cores são absorvidas de diferentes maneiras. Os comprimentos de onda mais longos, como o vermelho e os laranjas, são muito rapidamente absorvidos e penetram muito menos na água que as ondas curtas; como os azuis ou os violetas.

Então podemos resumir dizendo que: a dispersão provocada por matéria em suspensão na água e a absorção da luz na água restringe também consequentemente a penetração da própria luz na água.

A três metros de profundidade, mais ou menos 60% da luz total (do sol ou da lua) e a totalidade da luz vermelha serão absorvidas (daí a utilização de fios vermelhos no spinning). A 10 metros, 85% da luz total e de todas as cores vermelhas, laranjas e amarelos foram absorvidas. Isto tem uma influência directa e importantíssima na forma como o robalo vê a amostra artificial.

A três metros, a amostra de cor vermelha parece cinzento, e até preto com o aumento da profundidade. Com o incremento da profundidade, a cada vez mais ténue luz, transforma-se em azul e possivelmente até em preto quando todas as cores são absorvidas.

A absorção da luz também ocorre na horizontal. Uma amostra vermelha que esteja a um, dois metros de um robalo, aparece-lhe em cinzento, do mesmo modo outras cores também mudam com a distância.

Então podemos dizer com certeza que a profundidade e/ou a distância interferem claramente na forma como o robalo vê a nossa amostra.

De igual modo em águas pouco profundas e transparentes, as cores aparecem e vêem-se mais ou menos como nós as vemos no ar.

Mas se pelo contrário, a nossa amostra se afunda um metro ou dois, ou está a um metro de um peixe, ou até menos, ou se a água tem uma claridade limitada – as cores alterar-se-ão imediatamente.

penetracao_luz_oceano.jpgMas afinal, o que vêem os peixes?

Os cientistas realmente não sabem o que vêem os peixes, ou seja, que imagens chegarão aos seus reduzidos cérebros.

A maioria dos estudos da visão dos peixes é feita por exames físicos ou químicos de partes diferentes de seus olhos, ou de estudos laboratoriais, de peixes a responderem às imagens ou a estímulos visuais. Isto é sempre complicado porque os resultados podem variar consoante as espécies habitem lagos, rios ou oceanos.

Os estudos físicos dos olhos e das retinas dos peixes demonstram que a maioria pode focalizar uma imagem claramente, podem detectar o movimento, e são muito hábeis em detectar diferenças de contraste. Isto está cientificamente demonstrado e existe já bastante literatura a respeito.

Contudo parece ser necessário um nível mínimo da luz para que os peixes possam detectar as cores. E embora a cor seja importante, a atracção da nossa amostra é uma combinação de várias coisas, entre elas o movimento, a forma, o odor, a cor, bem como a profundidade da água.

A maioria dos peixes têm um sentido da visão, mas ela normalmente fica aquém dos seus outros sentidos: do sentido do cheiro, por exemplo, ou da sua habilidade em detectar vibrações através da sua linha lateral.

Normalmente os peixes usam o seu ouvido, ou o sentido do cheiro para detectar inicialmente a sua presa, e só depois usam a visão e somente no ataque final. A maioria dos peixes pode ver em água suja, ou pouca luz, mas parece que os atuns e tubarões conseguem ver a distâncias maiores.

Ao longo da sua evolução a maioria dos peixes desenvolveram os olhos consoante as suas necessidades, por isso, os peixes mais costeiros têm uma visão melhor na identificação da cor, enquanto os peixes pelágicos, do alto-mar, vêem a cor de forma limitada, distinguindo apenas algumas, além do preto e do branco.

Isto não é surpreendente, já que de um ponto evolucionário, as águas litorais têm muitas cores, enquanto o mar aberto é principalmente azul ou verde.

 

A escolha da cor - Sugestões

Isto é talvez o ponto mais importante a reter: A maioria dos predadores detecta as suas presas pelo contraste contra um fundo de diversas cores.

O nível ou o tipo de contraste depende de muitos factores: hora do dia, do tipo de fundo, da transparência da água, se está nublado ou se está sol, e talvez mesmo da estação do ano. Mas aqui não existem regras precisas, conseguiremos tão só aumentar as probabilidades de êxito quanto mais vezes formos aos pesqueiros, ou seja só com a experiência adquirida.

 

Mas talvez da próxima vez que lá formos, convém lembrarmo-nos de que:

  • Será que as cores da minha amostra se vêm à profundidade que eu vou pescar? Por exemplo se o vermelho desaparece primeiro e por fim o azul, naturalmente fará mais sentido pescar com o azul.
  • Se quero imitar uma petinga por exemplo a cor da amostra terá de ser igual à da petinga, mas à profundidade a que vou pescar e não quando tenho a amostra na mão.
  • Quando o robalo caça, muitas vezes anda pelos fundos e vê a silhueta dos peixes à superfície, neste caso é muito difícil distinguir cores, e o ataque é mais incitado pelos contrastes. Por exemplo contra a superfície ou mesmo contra o céu escuro da noite, a silhueta escura dá o máximo contraste.
  • O negro é a cor menos transparente, e oferece a melhor silhueta de noite. O preto é provavelmente a cor mais visível na esmagadora maioria destas circunstâncias.
  • Se a tua amostra tem duas ou mais cores, a cor mais escura deveria prevalecer sobre a cor mais clara. Se repararmos quase todos os peixes pasto têm esta característica.
  • Se pescamos em profundidade, o movimento, o ruído e as vibrações que produzimos são muito mais eficazes, do que as cores da amostra.
  • Se a água esta tomada aumenta-se o contraste das amostras, diminuindo-se se está mais clara ou transparente.
  • Se á pouca luz ou quando as águas estão tomadas os perfis da amostra são muito mais importantes, o negro e o vermelho proporcionam bons perfis.
  • Algumas cores como o “Chartreuse” parecem trabalhar melhor que outras cores. Amarelo/Branco e “Chartreuse”/Branco funcionam bem. Branco e Vermelho dão bom contraste (Red Head)

 

A Incidência e a Polarização da luz

Nós humanos não possuímos a capacidade de separar a luz polarizada da luz dita normal. A luz normal emite em todas as direcções perpendiculares à sua fonte, a polarizada emite só num plano. Quando a luz se reflecte em muitas superfícies não metálicas, incluindo a superfície do oceano, polariza-se até certo ponto.

Os óculos polarizados que usamos na pesca funcionam deste modo, ou seja, bloqueiam o componente polarizado horizontalmente da superfície do mar - que causa a grande maioria dos reflexos, mas deixa passar o componente reflectido verticalmente.

O facto de muito peixes verem luz polarizada (plano horizontal) ajuda-os nas suas migrações e permite sobretudo que eles nadem muito juntos uns aos outros.

Esta particularidade dos peixes predadores e não só de verem luz polarizada permite-lhes ter muitas vantagens: encontram mais facilmente os peixes-presa, mesmo os mais transparentes, pelo efeito do contraste e poderem verem mais longe.

Isto explica porque o robalo caça sobretudo em condições de pouca luz. E pela incidência dos raios solares, existe mais luz polarizada ao amanhecer e ao escurecer, razão pela qual o robalo parece estar mais activo e ser mais agressivo nestas alturas.

Então facilmente concluiremos que se a luz polarizada ajuda o robalo a encontrar comida, as nossas amostras artificiais devem possuir a capacidade de reflectir luz polarizada, sendo por isso muito mais atractivas para o nosso amigo robalo. Não é por acaso que uma grande maioria das nossas amostras artificiais possuem texturas e superfícies irregulares, pois são estas características que permitem reflectir luz polarizada.

Naturalmente que as grandes marcas de amostras usam esta e outra informação em seu próprio proveito, exactamente porque promovem investigação e desenvolvimento (I&D) nos seus produtos. E nestes casos o segredo é a alma do negócio.

 

Como as cores fluorescentes aumentam a visibilidade

As cores fluorescentes como o “Chartreuse” são populares entre os spinnistas de mar. Nas condições certas a utilização destas cores podem ser produtivas, já que não existem de forma natural na natureza, e vêem-se a grandes distancias.

A cor fluorescente brilha ao ser exposta a uma luz que tenha um comprimento de onda curto. Por exemplo o Amarelo fluorescente aparece brilhante ao ser exposto ao ultravioleta, azul ou verde, e não aparece exactamente amarelo se for exposto a uma luz (Vermelha) que tem um comprimento de onda maior.

Então as cores fluorescentes têm uma variação menor consoante os comprimentos de onda, conservam mais a sua “cor original” a maiores profundidades sem grandes alterações.

A fluorescência das cores fluorescentes deve-se sobretudo à cor ultra-violeta, que nós não conseguimos ver. Nos dias cinzentos ou muito nublados os ultra-violetas são muito mais dominantes e quando apresentamos uma amostra com material fluorescente, essa amostra brilha e torna-se especialmente visível. Ao contrário em dias claros e com sol este efeito é muito menor.

Por isso uma amostra fluorescente é muito mais visível a distâncias maiores.

Por exemplo em águas esverdeadas a cor mais visível seria o verde fluorescente ou o chartreuse, mas se os robalos estão a atacar a petinga ou a cavala por exemplo, duvido que algum robalo ataque, pela simples razão de que estas cores não se parecem com nenhuma destas presas.

Resumindo,

No Spinning de mar com amostras artificiais, nada é certo nem imutável.

Podemos tentar perceber de uma maneira mais mas mais elaborada, embora não científica, estas questões da luz e da influência da cor nas nossas amostras, mas é sempre matéria controversa e complicada.

A inteligência é a nossa única e grande vantagem no confronto com estes belos animais.

O robalo ataca sobretudo as suas presas, instigado por um comportamento instintivo em resultado de um ou mais estímulos. Estes estímulos incluem: movimento; forma; som; contraste, odor; cor; apresentação e outras coisas que nós desconhecemos.

As amostras artificiais mais eficazes naturalmente incluem estes ou alguns destes estímulos.

A par disto outras variáveis é necessário equacionar a hora do dia, ou da noite; a maré; a dinâmica do biótopo; a fase lunar; a experiência do pescador; a adequação do equipamento de Spinning; o conhecimento dos spots e a sua interpretação, etc…

Esta equação começa a complicar-se e já vai bem longa, por isso, meus amigos a cor é um aspecto importante, mas só o é se o nosso amigo robalo a puder ver, e para isso, talvez este texto ajude mais um pouco na sua compreensão.

 

Texto adaptado de pescacomamostras.com

publicado por Brito Ribeiro às 13:39

Fevereiro 11 2015

Nos 3 primeiros meses do ano, o robalo por norma, aproxima-se mais da costa para completar mais um ciclo do seu crescimento e desenvolvimento: o acasalamento e a desova.

Preferencialmente nos fundos de pedra e areia, fundos arenosos ou com laminárias que agora iniciam o seu crescimento atingindo o pico nos meses de verão.

robalos_cx (Medium).jpg

 

 Gosta das águas extremamente oxigenadas (águas brancas), onde caça habitualmente, nos fundões ou num palmo de água, ou esperando escondido que a corrente lhe traga a comida até à boca. Como predador por excelência que é, avalia sempre o rácio esforço – beneficio, não dispondo do primeiro em detrimento do segundo. É oportunista e astuto.

Caça mais frequentemente em mares mexidos, nas zonas de rebentação, em pedras ilhadas no rebojo oxigenado destas, prefere a descontinuidade do relevo marinho de pedra e rocha a fundos totalmente arenosos e planos.

A sua alimentação é muito abrangente e varia muito ao longo de uma época de pesca, como aliás todos sabem: "A amostra em função da época de pesca".

O robalo é um predador por excelência, e por conseguinte, aproveita todas as oportunidades: as correntes marinhas, a oxigenação das águas, a camuflagem, o movimento das areias, a pressão atmosférica, o período do dia, a influência da lua nas marés, a zona de rebentação das ondas, os fundões, as saídas de água doce, o ângulo solar e a refracção da luz, a turbidez das águas, enfim, tudo isto, o nosso amigo Robalo conhece e utiliza na perfeição em seu próprio beneficio, tendo como único objectivo capturar as suas presas. A sua voracidade impele-o a continuar a caçar.

Nestes meses, os robalos visitam mais frequentemente a costa, por isso se apanham grandes exemplares que normalmente não exigem muito do nosso equipamento, pois encontram-se mais debilitados fisicamente em virtude do período extenuante que tiveram ou ainda estão a ter: o acasalamento e a desova.

Nesta altura o seu comportamento é muito mais variável (como se não o fosse sempre!), e nós temos de ser muito mais criteriosos (temos de saber procurar os picos de maior actividade), pois é normal os machos não largarem as fêmeas para fecundarem as suas desovas, não ligando por isso, nada ás amostras ou iscas.

Mas, rapidamente e avidamente procurarão recuperar energias… talvez tenha chegado então o momento de nós também mudarmos a nossa estratégia para os capturarmos, sobretudo agora que os grandes exemplares estão mais facilmente ao alcance das nossas amostras.

 

Texto adaptado do site pescacomamostras.com

publicado por Brito Ribeiro às 16:34

Robalos e companhia pretende contribuir para uma maior divulgação da pesca desportiva nas suas várias modalidades, norteado pela responsabilidade e pela defesa de um património que, se não for devidamente protegido, corre o risco de desaparecer breve
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