Robalos e companhia

Fevereiro 12 2014

São sem dúvida os locais que os pescadores de Spinning mais frequentam ao longo do ano, desde a costa, atingindo uma sobrelotação nos meses de Verão, onde se vêm pescadores carregados do mais diverso material.

Para se pescar com algum método, é conveniente compreender e perceber porque é que os robalos frequentam estes locais, que presas procuram para se alimentarem, e porque se encontram nestes sítios e não em outro qualquer?

Lá estamos nós com os porquês, mas tem de ser assim, se queremos evoluir e ser eficazes na arte de pescar uns bons robalos ao spinning.

As zonas de rochas, são sem dúvida alguma um dos principais spots a pesquisar.

Se aliarmos a isto obstáculos naturais, pedras ilhadas, zonas rochosas que avancem mar adentro e perturbem de alguma forma a regularidade das correntes marinhas – encontramos de certeza uma zona de pesca que necessita de um olhar mais atento para tentarmos descobrir e interpretar as suas especificidades e particularidades.

 

Será de certeza um local onde poderemos encontrar o nosso amigo Robalo.

Na entrada de uma baía, ao lado numa praia, na ponta de uma rocha ele estará por aí. Contudo, às vezes a distância não é sinónimo do melhor spot, por vezes o melhor local encontra-se mesmo ali, aos nossos pés.

No Verão pela pressão humana, poluição sonora, cheiros e odores o Robalo afasta-se mais da costa durante o dia, daí só o devermos procurar antes do sol nascer ou depois do sol se pôr. Por norma.

 

Maré-baixa a nossa grande aliada

Uma vez localizado um pesqueiro que nos dá algumas garantias, o trabalho seguinte é analisá-lo mais em pormenor desde o ponto que fica a descoberto durante as marés mais baixas, as marés de águas vivas.

Comecemos então pela alimentação do Robalo: a existência ou não de presas que o Robalo caça. Se encontramos pequenos moluscos na maré-baixa já é um excelente sinal e revela a existência de um biótopo já desenvolvido.

 

Eu prefiro zonas rochosas, todavia, sabemos que nas praias mais arenosas a vida sob a areia depende dos nutrientes trazidos pelo mar ou por saídas de água doce, estas espécies adaptadas a viver no sedimento têm poucos rivais e por isso podem proporcionar excelentes pescarias de robalos se nós soubermos interpretar os sinais.

 

A acção das ondas é o factor que mais afecta o número e variedade de organismos e quanto maior a força com que as ondas rebentam, maior comedia é disponibilizada para o Robalo aproveitar.

Da mesma maneira quando pequenos ribeiros, rios ou fontes de água doce atingem a zona de marés, acontece uma reacção osmótica, ou seja, encontramos animais vindos de terra e animais vindos do mar. A vida existente esconde-se de dia e acorda à noite, onde podemos observar milhares de pequenos crustáceos anfípodes, pulgas da areia, minhocas da areia, diversos poliquetas, jovens bivalves, caranguejos pilados e pequenos camarões cinzentos, alevins e pequenos peixes, e muitos outros animais de que o Robalo se alimenta, como predador voraz que é.

 

Neste contexto teremos de possuir um bom conjunto de amostras artificiais imitativas dos peixes presa existentes na zona, e se verificamos estes sinais de vida na maré-baixa, então o início da subida será certamente um período de actividade do peixe predador, entre eles o Robalo.

Nesta situação as pequenas amostras imitativas de superfície ou jerkbaits de pouca profundidade deverão ser muito eficazes.

 

Texto original publicado em www.pescacomamostras.com

publicado por Brito Ribeiro às 15:27

Fevereiro 12 2014

Se alguém soubesse, tinha acabado de descobrir o santo graal da pesca desportiva, contudo existe um conjunto de regras e equipamentos que de alguma forma podem contribuir para maximizar a eficácia nas nossas capturas:

O equipamento - No spinning, é uma das componentes fundamentais - um conjunto correcto e equilibrado de cana e carreto e bem adaptado ao pescador. Nós temos de fazer as nossas caminhadas em busca do nosso amigo Robalo, e andar de pedra em pedra, pode tornar-se perigoso se não estivermos devidamente equipados. Por isso uma cana até 3 metros no máximo e acção até 60 gr e um carreto até 4000 (tamanho Shimano) são mais que suficientes para a maioria das situações de pesca na nossa costa. O calçado é outro factor muito importante, devemos ter extremo cuidado com as pedras molhadas e cobertas de limo - são extremamente traiçoeiras e perigosas. Devemos utilizar calçado com sola em feltro com ou sem cravos, antiderrapante. E ter muito cuidado, lembrem-se a segurança sempre em primeiro lugar.

As melhores amostras - Se bem que entre as pedras bem afiadas, as lapas e os mexilhões sejam um risco constante para as nossas amostras, é entre os canais (às vezes pequenos e baixos) que se encontram os grandes Robalos a caçar. É aqui que a amostra mais aconselhadada para a situação se torna a mais efectiva, e nunca... "Ah vou usar esta amostra que é a mais barata, assim se a perder não interessa..." - Às tantas o que se perdeu foi um bom peixe troféu, só por não se ter usado a amostra mais adequada para aquela situação. Perder uns euritos também faz parte do processo de aprendizagem.

As cores - Águas mexidas/brancas - Aposte em amostras mais chamativas e sobretudo no rattlin e no wobling das amostras, cores fortes. Águas paradas - As cores mais naturais e amostras mais pequenas, dê muita importância à apresentação e ao lançamento. Nada de ruídos, projecção de sombras ou vestido de cores garridas, no lançamento tente sempre que a amostra caia o mais discretamente possível na água e sempre em ângulo recto em relação ao plano de água (para isso uma simples travadela do fio proporciona uma queda mais vertical e impede também os indesejavéis enliamentos).

Fateixas e anzóis - Sempre em óptimo estado, é preferível substituí-los logo que note alguma oxidação (a lima, ou coca-cola, ou...nada resolvem, apenas os enfraquecem). Fateixas e anzóis de excelente qualidade-sempre. Às vezes para pouco fundo podemos substituir as fateixas por um anzol - engata menos e as capturas são as mesmas, mas sempre em excelente estado de conservação. Ninguém quer perder "aquele" robalo só porque os anzóis estavam oxidados e partiram ou vergaram.

Variedade na recuperação - Evite fazer uma recolhida linear, tente sempre imprimir variedade de movimentos no trabalhar da amostra, os Robalos fazem muito bem os seus cálculos de energia e não atacam uma amostra que se desloque com demasiada rapidez, mesmo que seja a amostra xpto e lhe passe mesmo em frente. Devemos dar "vida" às nossas recuperações e intercalá-las com pausas de variado comprimento. Muitas vezes é nestas situações que o robalo ataca a nossa amostra.

As Linhas (o multifilamento e o fluorcarbono) - As braided lines dão cartas. Os multifilamentos são melhores que os nylons, pode-se pescar mais fino e com melhores resultados e lançamentos bem mais longos (mesmo com vento). Por norma utilize um baixo de fluorcarbono com cerca de um metro.

O Robalo merece todo o nosso respeito. É um ser que luta com nobreza, e que nos dá uma alegria incrível quando o conseguimos capturar. Se porventura verificamos que não tem as medidas mínimas legais, devemos devolvê-lo imediatamente ao seu meio. Apesar das medidas mínimas serem de 36 cm para o robalo (uma verdadeira estupidez!), as fêmeas só se reproduzem com cerca de 42 cm de comprimento - é nossa obrigação conceder-lhes o direito de pelo menos uma vez na vida cumprirem o seu ciclo natural - a reprodução. No fundo todos nós lhes agradeceremos.

E para aqueles que agora começam a tentar compreender os hábitos deste belo animal que muda todos os dias, é preciso ter perseverança e sangue-frio. No início muitas amostras e peixes se perdem pela ansiedade demonstrada, mas como tudo na vida a experiência tratará de a resolver.

Quando sentir que tem um bom exemplar ferrado, disfrute-o, e esqueça um pouco a obsessão de tirá-lo rapidamente.

Enfim, muito mais se poderia dizer, mas é este o aliciante desta pesca, estamos sempre a aprender (todos), nada é imutável e ainda bem que assim é.

 

Texto original publicado em www.pescacomamostras.com

publicado por Brito Ribeiro às 15:09

Robalos e companhia pretende contribuir para uma maior divulgação da pesca desportiva nas suas várias modalidades, norteado pela responsabilidade e pela defesa de um património que, se não for devidamente protegido, corre o risco de desaparecer breve
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